

Dar asas
à imaginação
é bom
depois de fazer
um balanço
e resolver partir
para realizar.
Deixemos o barco correr,
porque de sensibilidade
muita gente fala,
mas poucos a entendem.
É um negócio profundo,
arraigado,
que nem sempre
está à flor da pele,
como muitos procuram
demonstrar.

O boia-fria almoça
carente, sofrido, calado
como um mudo.
Em pequenos gestos
sente na carne
o inverno.
Numa só garfada
devora sua marmita
voltando a plantar
e colher
a moeda do rico.
Se algum dia
cargas positivas
e negativas
encontrar-lhe,
ele vai retrair
no choque.
O senhor da fazenda
vai apenas dizer:
“pobre coitado”.