À medida que as nações passam dos padrões da sociedade tradicional para o moderno, processa-se uma evolução nas comunicações econômicas, sociais e políticas, mas o Jornal escrito, segundo o escritor Antônio Calado, falecido em 1997, tem uma força que os outros jornalismos jamais terão: “A organização das informações dentro de um universo devassador”. Para ele, as divergentes formas de jornalismo não vão além daquela que se perpetua pela história da comunicação: A notícia impressa.

    Atualmente, a circulação de jornais impressos no país tem demonstrado tendência ao declínio com migração para as versões digitais, mas ainda mantém um papel importante como canal de comunicação. Imagens e sons se mesclam para divulgar informações, mas são passageiras e perecíveis. Ouvem-se notícias no rádio, na TV, na internet, mas não as fixam na memória. É nos jornais que a inflação, a violência ou assunto mais ameno como a moda, as crônicas sociais são absorvidas com rapidez e é deles que os comentários saem sem embaraço.

   O número de pessoas que expressam opiniões é muito menor que o número de pessoas para recebê-las e, assegurar a multiplicidade das fontes de informação jornalística, a diversidade dos pontos de vista defendidos, são requisitos necessários para uma sociedade de mercado informar-se corretamente.

    A informação corre de acordo com os padrões particularistas das relações sociais de cada indivíduo; daí os atos de avaliação, interpretação e reação às comunicações relacionadas diretamente com as relações de “status” entre o comunicador e o receptor.

    Se para o escritor a linguagem correta é essencial, toda a atenção tem que ser dada a ela, pois a melhoria cultural deve ser resguardada de deformações para que se possa transmitir às futuras gerações a linguagem na sua forma mais pura.

    Caso fosse dado atribuir a alguém o título de pai do jornalismo, o mérito de recebê-lo, segundo Calado, seria do historiógrafo e pesquisador romano Suetônio, que o criou há 18 séculos, definindo o espírito e a depravação da sociedade romana como autor de “De Vita Caesarum” (Os Doze Césares), No Brasil, preconiza a atividade em Assis Chateaubriand, seu primeiro imperador.

     Suetônio também poderia ser considerado o primeiro fotógrafo de jornal, pois em cada um dos perfis que nos deixou da sua dúzia de césares, contém a descrição, a ilustração, a quase foto na essência; em suma a notícia completa. Assim, tanto o jornal impresso quanto o digital têm vantagens e desvantagens. A prevalência de um ou outro depende do leitor e das suas preferências individuais.