Sou o vento

de outras terras,

de outros mares.

Nas noites desconhecidas

assobio no telhado

uma canção amedrontadora.

Levo pedaços de paus,

carrego pedras

e levanto poeiras.

As ondas do mar

sou eu quem balança,

os cabelos da morena

sou eu quem desmancha,

as areias do deserto

sou eu quem comanda.

Sou cantador

de uma viola só.

Sigo em pé de vento

levando a vida

arrastando tudo

pelo caminho;

ventando ligeiro

em ventania

provocando vendaval.